Parlamento Promove Mostra de Cinema e Debate sobre Meio Ambiente
Cinema, arte e cultura para incitar reflexões sustentáveis para o meio ambiente, inspirou a mostra “Cinema e Meio Ambiente – Narrativas Sustentáveis”, que aconteceu na noite desta quinta-feira (29), na Assembleia Legislativa.
A atividade foi promovida pela Comissão de Turismo e Meio Ambiente, por proposição do deputado Marquito (PSOL), com o apoio da Mostra Encantos de Cinema Ambiental (Meca).
Suscitando ao debate
A mostra foi iniciada com a exibição do curta-metragem “Meiembipe a Chuquisaca: a Descoberta do Império Inca”, com direção, roteiro e pesquisa de Carolina Borges de Andrade. O documentário narra a saga de Aleixo Garcia, contextualizando a sua chegada na América no verão de 1516, quando uma embarcação espanhola naufraga em Meiembipe, atual Ilha de Santa Catarina. Um dos sobreviventes era Aleixo Garcia que passou a se relacionar com os povos originários, no caso os índios Guaranis.
Depois, o curta “Nonna”, com direção de Maria Augusta Nunes, relatou a história da pequena Ana e sua avó, que vivem no campo e sofrem os efeitos provocados pelo uso de agrotóxicos na região. Já adulta, ao reencontrar a velha casa onde viveu a infância, ela entende que a presença de sua avó ali é transcendental.
Encerrando, o documentário “It ‘s Not a Choice”, dirigido por Max Braga, destacou o avanço da obesidade na sociedade -doença que está se tornando uma epidemia- com suas causas e consequências.
Bate-papo
Em seguida, a mesa redonda, mediada pela jornalista Flora Neves, reuniu a escritora e jornalista Rosana Bond, a cineasta Maria Augusta Nunes, e o professor Leandro Belinaso, representando a Mostra Encantos de Cinema Ambiental (Meca).
A obra de Rosana Bond “ O caminho de Peabiru”, inspirou o documentário “Meiembipe a Chuquisaca: a Descoberta do Império Inca. Em sua narrativa, ela defendeu que o português Aleixo Garcia teve contato com a avançada civilização Inca em 1524, oito anos antes do espanhol Francisco Pizarro, tido como o descobridor do império situado na área ocupada hoje pelo Peru, tinha oito anos.
O seu livro acompanha os passos do aventureiro cuja expedição teria saído da Ilha de Santa Catarina (que os índios Carijós chamavam de Meiembipe), passado pelo Paraná, Paraguai (ele é considerado o descobridor daquele país) e pela Bolívia, até chegar aos Andes peruanos.
Ele era sobrevivente de um naufrágio próximo à Ilha e salvou-se nadando até a terra firme, onde teve contato com os indígenas, por meio dos quais ficou sabendo do caminho que levava até o El Dorado e suas riquezas em ouro e prata.
Já a cineasta Maria Augusta Nunes discorreu sobre como surgiu “Nonna”, e destacou que o cinema tem importância fundamental para transformar o status quo, buscando alternativas ecologicamente sustentáveis para a produção agrícola.
Ela comentou que o ‘Nonna’ ganhou o Prêmio Catarinense de Cinema. “Neste meio tempo, no governo passado, comecei a acompanhar as notícias sobre a liberação do uso de agrotóxicos no país – em 2019, batemos o recorde de liberação desses produtos, inclusive de alguns que são banidos nos Estados Unidos e na Europa”.
Comentou que foi decidido trazer essa questão para a história pela importância de falar do tema agrotóxico. “Trabalhamos novamente no roteiro, agora trazendo essa proposta de abordar especialmente o uso de agrotóxicos em pequenas comunidades agrárias”, contou a diretora.
O deputado Marquito, proponente da mostra e debate, encaminhou um vídeo em que destaca a importância da discussão desse tema no Parlamento. “Este circuito será o primeiro de muitos que iremos promover na Alesc, centralizando na sustentabilidade ambiental”, disse.
Reflexões sobre a sustentabilidade
Junho foi um mês marcado por uma intensa agenda de eventos no Parlamento, que incitou questionamentos e a busca de soluções ecologicamente sustentáveis para o meio ambiente. O objetivo foi buscar a adoção de políticas públicas voltadas para a questão ambiental, construindo um diálogo com a sociedade.
Em outra atividade recente, foi realizada uma mesa redonda com especialistas debatendo a respeito de Saneamento Ecológico com soluções baseadas na natureza. E no início da semana foi inaugurada uma mostra institucional no hall da Alesc, que mescla arte e ciência, com o propósito de conscientizar para os problemas ambientais emergentes e promover soluções baseadas na natureza. Esta mostra se encerra no dia 06 de julho.
Toda essa agenda cultural ambiental foi promovida pela Comissão pela Comissão de Turismo e Meio Ambiente.
Fonte: Valquíria Guimarães – AGÊNCIA AL